quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

USUFRUTO: Lúcia Veríssimo encena "sexo" no palco do Paulo Pontes

Espetáculo USUFRUTO com Lúcia Veríssimo e Andre Fusko
ÚNICA APRESENTAÇÃO. JOÃO PESSOA. QUARTA-FEIRA, DIA 08 DE DEZEMBRO.  21 HORAS. TEATRO PAULO PONTES. Ingressos na Skyler(2106.6504). VEJA AQUI  VÍDEO COM TRECHO DAS CENAS DO ESPETÁCULO. AGUARDEM SORTEIO DE  INGRESSOS ENTRE OS SEGUIDORES DO BLOG.

USUFRUTO, de Lúcia Veríssimo, é um espetáculo de idéias, construído com uma dramaturgia cuidadosamente burilada e uma encenação, assinada por José Possi Neto, que nos remete a intimidade desse encontro inesperado entre um homem e uma mulher desconhecidos num apartamento vazio.

O texto de Lúcia Veríssimo é um tributo a Roland Barthes, um dos mais importantes filósofos do nosso tempo, que definia seu próprio trabalho como o “saber com sabor”. E é desta forma que é conduzido USUFRUTO. “Uma bela apresentação de idéias nas quais conceitos antigos são demolidos, novas propostas são lançadas, a vida e o amor são questionados, mas tudo é dito com sabor, com humor, com malícia e com sutileza”, afirma Lúcia.

Os diálogos são ágeis e sarcásticos, recheados de humor e malícia, onde são discutidas questões eternas sob uma ótica contemporânea: amor, casamento, paixão e ética. 

Com formação jornalística, Lúcia Veríssimo sempre escreveu, mas não pensava em dramaturgia até 2005 quando, durante as tomadas de América, surge USUFRUTO: “Criei a peça nos intervalos das gravações da novela, incentivada por Rafael Calomeni e Gabriela Duarte. USUFRUTO nasceu envolto na poeira das madrugadas, no caminhão das externas”, conta Lúcia.
A história se passa num apartamento à venda. Nele se encontram uma mulher de cinqüenta anos: bela, sedutora, atraente, debochada, sem limites e um jovem e promissor arquiteto de uns trinta anos: entusiasta, sonhador, apaixonado e muito conservador. Eles disputam a compra do imóvel, e ela propõe um jogo, um jogo da verdade, no qual o perdedor desiste. Essa relação reúne a universalidade à particularidade, especialmente à particularidade brasileira, onde essas duas pessoas, uma mulher misteriosa e decidida a conseguir o que quer e um jovem homem que tenta realizar um sonho jogando sinceramente.

Sem jamais perder a leveza a peça é um dueto e um duelo, e seu final é surpreendente. Lucia Veríssimo acredita que “assim como o personagem do jovem homem, o público também deixará o teatro cheio de dúvidas e reflexões”. Essa afirmação se dá justamente pelo final inesperado e bem arquitetado. “O jogo já havia sido programado ou aconteceu durante o encontro? Esta mulher é inescrupulosa mesmo ou agiu levada
pela situação? Os fins justificam os meios? Quem de fato perdeu o jogo?”, pergunta a minuciosa autora.

José Possi Neto em sua meticulosa direção apresenta o texto de uma forma envolvente, extraindo o melhor dos atores, criando um espetáculo sedutor e instigante, levando o suspense até a última cena.

Lúcia Veríssimo, atriz conhecida por seu talento e popularidade traz em seu perfil pessoal a adequação ao personagem, e o fato de ser a autora do texto, dá a certeza de que cada palavra, cada inflexão e cada intenção serão transmitidos ao público com perfeição. Seu personagem sedutor domina a cena, manipula as emoções do outro, usa sem pena sua inteligência e experiência, guardando até o final seu dolorido segredo e
colocando em dúvida os conceitos que contundentemente defende no decorrer de toda a peça.

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