Como se sabe, a cultura brasileira sobrevive de incentivo fiscal. Com autorização do governo federal, as empresas podem direcionar parte do dinheiro destinado a tributos para os projetos de sua preferência. Todo mundo usa esse instrumento há anos. Todo mundo mesmo: de filmes com atores globais a livros de fotografia, de circos famosos a shows de estrelas sertanejas.
Mas então por que de repente surgiram reclamações contra o projeto de Maria Bethania e Andrucha Waddington?
Primeiro porque boa parte da blogosfera dita “progressista” continua se deixando pautar pela imprensa corporativa. Em vez de questionar certas incongruências do noticiário cultural, tão afeito a lobbies e mistificações, esses comentaristas não apenas engolem suas besteiras mas, pior, ecoam-nas como se tivessem nascido de espírito investigativo desapegado e imparcial.
Em segundo lugar porque existe uma campanha midiática para derrubar a ministra Ana de Hollanda. E não é razoável supor que certa intelectualidade de esquerda, tão sagaz em identificar e denunciar seus inimigos, desconheça os interesses aos quais se alinha nesse tipo chinfrim de polêmica.
Não se trata, portanto, de uma discussão sobre a Lei Rouanet (que, aliás, precisa ser redimensionada urgentemente), mas de uma disputa política do pior tipo: aquele que usa bodes expiatórios para dissimular suas verdadeiras motivações.
Mas então por que de repente surgiram reclamações contra o projeto de Maria Bethania e Andrucha Waddington?
Primeiro porque boa parte da blogosfera dita “progressista” continua se deixando pautar pela imprensa corporativa. Em vez de questionar certas incongruências do noticiário cultural, tão afeito a lobbies e mistificações, esses comentaristas não apenas engolem suas besteiras mas, pior, ecoam-nas como se tivessem nascido de espírito investigativo desapegado e imparcial.
Em segundo lugar porque existe uma campanha midiática para derrubar a ministra Ana de Hollanda. E não é razoável supor que certa intelectualidade de esquerda, tão sagaz em identificar e denunciar seus inimigos, desconheça os interesses aos quais se alinha nesse tipo chinfrim de polêmica.
Não se trata, portanto, de uma discussão sobre a Lei Rouanet (que, aliás, precisa ser redimensionada urgentemente), mas de uma disputa política do pior tipo: aquele que usa bodes expiatórios para dissimular suas verdadeiras motivações.
Historiador e escritor, colabora regularmente com a revista Caros Amigos, o Le Monde Diplomatique, o Observatório da Imprensa e outros veículos).
Concordo com algumas coisas...entrentanto acho que não se resume à disputa de poder.
ResponderExcluirAprovar um blog sobre maria bethania na lei rouanet não é nada... agora aprovar 50mil reais de salário pra ela durante 12meses simplesmente por assinar uma direcao artística de uma coisa que nem é ela que vai fazer é triste. é triste perceber que a disputa de poder acaba apagando esses pequenas detalhes que os escritores, blogueiros e afins esquecem...
um projeto de um blog que custa um milhao e trezentos e cinquenta mil reais... onde ela leva 40% so por ser quem é... e quem paga somos nós! 10,5 milhoes em projetos aprovados... num acha que ta na hora de democratizar esses recursos nao? o dinheiro da renuncia fiscal daria pra aprovar tanto projeto...
o triste é saber que Bethania é isso mesmo...