quinta-feira, 10 de março de 2011

Krajcberg: o combustível de Agra

“Não adianta ter uma Ferrari se não tem combustível para botar pra funcionar”. Essa frase, certa vez foi dita pelo amigo/guru, professor de Física da UFPB e atual Diretor do mais moderno complexo arquitetônico da capital , Rubens Freire. O enunciado fazia referência ao monumento assinado por Oscar Niemeyer -  Estação Cabo Branco: Ciência, Cultura e Artes. Na ocasião, eu e o professor ainda trabalhávamos juntos nos primeiros nove meses cruciais de nascimento da grande obra. Coletivamente refletíamos qual a qualidade de "combustível" deveria abastecer aquela máquina chamada popularmente de Estação Ciência.

Antes de sair da equipe de tripulantes da "nave", entreguei um balanço de ações com planejamento para mais um ano de atividades, entre elas constava um aditivo de primeira, digno para uma máquina futurista. Refiro-me a exposição "Amor e Solidariedade", do escultor pernambucano Abelardo da Hora.

Da Hora aportou em João Pessoa um ano depois, graças ao olhar sensível e ousado do arquiteto, mestre em Engenharia Urbana e prefeito de João Pessoa, Luciano Agra. Quem viu a exposição dispensa comentários.
Luciano tem a consciência exata de qual o combustível aquela nave merece. Tem boa vontade, e o melhor de tudo: com aquele jeito simples de ser , carrega cultura no olhar e na alma. Sabe dar o valor que a arte merece.

Num encontro pós-entrevista na TV Arapuan, eu e o prefeito trocamos rápidas figurinhas sobre artes plásticas e seus criadores. O bate-papo me rendeu a grata notícia de que a meta é trazer Krajcberg.
Ah, prefeito! Assim o senhor me deixa sem palavras. Assim a premissa do “bruxo” Rubens Freire é totalmente fundamentada e incrivelmente subsidiada. 

Frans Krajcberg é um pintor, escultor, gravador e fotógrafo, artista plástico nascido na Polônia e naturalizado brasileiro. Está radicado desde 1972 no sul da Bahia, onde mantém o seu ateliê no Sítio Natura, no município de Nova Viçosa. Ao transformar troncos e galhos em esculturas, Krajcberg protesta diante do que chama de barbárie do homem contra o homem e do homem contra a natureza, que é a matéria-prima essencial de sua arte. 

É, meu caro Rubens e minha querida Lúcia França(curadora da Estação), o que antes era puro delírio, pode se transformar em realidade. Viva o combustível de Agra! Viva Krajcberg, enquanto é tempo! 

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